domingo, 29 de março de 2009

Shine

If my eyes saw something
Beyond what they see
Would you be less beautiful?
I don't believe at all

And if your smile was brighter
Would it shine of love?
Would I be beside you all?
Kissing at the falls

-

por Orpheo
"Procurei outras respostas, mas não encontrei nenhuma. Entre mil homens encontrei um que eu pudesse respeitar, mas entre as mulheres não achei nem uma." Ec 7:28

Essência

Eu sou um homem
Sou um anjo, um vampiro
Mas às vezes viro
Lobisomem

Sou caçador
Eu sou a caça
Sou um punhado
De fumaça

Eu sou o céu
Eu sou a lua
Eu sou em casa
Eu sou a rua

Eu sou a nuvem passageira
Eu sou a noite, a noite eterna
Uma neblina de poeira
Uma canção de uma taverna

Sou dos melhores o melhor
Eu fico cada vez pior
Minha espada já é cega
Nem minha pistola tem mira certa

Sou o sereno, da madrugada
Atrás da minha princesa encantada

Eu sou o vento
Eu tenho essência
Por isso é forte
Minha presença

Sempre estou longe, lá em cima
Ou estou perto, aqui em baixo
Mas nem as nuvens assim tão frias
Fascinam mais que o seu abraço

Minhas asas, tão cansadas
Já nem aparecem mais
E eu sento aqui perdido
Procurando minha paz

-

por Orpheo

Versos Brancos Sobre Você

A graça de uma elfa
Teu sorriso me arrebata
Andar nobre
Olhos que me encantam

E me deixam afogado
Sua presença é um choque
me deixa paralizado
Ao ponto que já não sei
de mais nada, nem eu mesmo
E o sorriso que não dei
foi porque não conseguia nem respirar

Sua voz vai como encanto
Acalmando a minha mente
Quando ouço o teu canto
Me sinto forte e contente

Não lembro se és a junção de meus sonhos
Ou se todos eles saíram de você
Te observo, que pele branca!
Como seus olhos são fáceis de ler

Eu te deixo se proteger
Nos meus braços aqui perto
Mas só chegue devagar
Pra que não pare o meu coração

Te acompanho, isso é certo
Te protejo aqui de perto
Eu me perco no teu olhar
Não deixe... Meu coração parar.

-

por Orpheo

Sacrifiquei Meu Amor Por Você

Sacrifiquei meu amor por você
Sacrifiquei meu amor por você

Eu te amei mais que tudo,
mas nos braços dele você quis caber

Sacrifiquei meu amor por você
Sacrifiquei meu amor por você

Eu olhava pra você,
mas era ele quem você queria ver

Sacrifiquei meu amor por você
Sacrifiquei meu amor por você

Só pra ver o seu sorriso,
a levei pra o encontrar

Eu amava você
Eu amava você

Os vi se abraçarem,
ao se beijar

Mas eu amava você,
Eu amava você

Sinto pontadas
no coração a os ver
Mas como a amava,
Sem me importar com o sofrer
Só pra ver teu sorriso

Sacrifiquei o meu amor por você.

-

por Orpheo

Quem Me Dera

Postando uns poemas antigos, meus.

-

Quem me dera ser
Quem você queria ter
Quem me dera ser
Livre pra te ter

Quem me dera poder
Voar até você
Quem me dera poder
Estar perto de você

Quem me dera poder
Ver de perto o teu sorriso
Quem me dera ouvir
Tua voz, o teu riso

Quem me dera estar
Com teu braço no meu
Quem me dera tocar
Tua mão, o rosto teu

Quem me dera cantar
Pra você, do meu amor
Quem me dera botar
Pra fora essa dor

Quem me dera ouvir
Tua voz, o teu canto
Quem me dera cair
Logo no teu encanto

Quem me dera olhar
Nos teus olhos brilhantes
Quem me dera ter
Minha foto na tua estante

Quem me dera sentir
Teu cheiro novamente
Quem me dera só ver
Teu sorriso contente

Quem me dera te levar
Pra onde você quiser
Quem me dera ser teu
Ser quem você quer

-

por Orpheo

quarta-feira, 25 de março de 2009

Sleep when I'm dead, you angels
I'll sleep when I'm dead, I said
Sleep when I'm dead, you angels
I'll sleep when I'm dead, I said
Sleep when I'm dead, you angels
But until then...

They told me I would live forever
If I kept it clean
They said I would be the chosen one
If I took one for the team
Yeah it's the only way to be
Never think it isn't fair
It's a green-eyed panic climb
To the edge of nowhere

Sleep when I'm dead, you angels
I'll sleep when I'm dead, I said
Sleep when I'm dead, you angels
I'll sleep when I'm dead, I said

-

The Cure - Sleep When I'm Dead

quarta-feira, 18 de março de 2009

A seven nation army couldn't hold me back.

segunda-feira, 16 de março de 2009

"She said 'Hold on',
It's one thing that I've known"

Morena

Álvares de Azevedo

É loucura, meu anjo, é loucura
Os amores por anjos... bem sei!
Foram sonhos, foi louca ternura
Esse amor que a teus pés derramei!

Quando a fronte requeima e delira,
Quando o lábio desbota de amor,
Quando as cordas rebentam na lira
Que palpita no seio ao cantor...

Quando a vida nas dores é morta,
Ter amores nos sonhos é crime?
E loucura: eu o sei! mas que importa?
Ai! morena! és tão bela!... perdi-me!

Quando tudo, na insônia do leito,
No delírio de amor devaneia
E no fundo do trêmulo peito
Fogo lento no sangue se ateia...

Quando a vida nos prantos se escoa
Não merece o amante perdão?
Ai! morena! és tão bela! perdoa!
Foi um sonho do meu coração!

Foi um sonho... não cores de pejo!
Foi um sonho tão puro!... ai de mim!
Mal gozei-lhe as frescuras de um beijo!
Ai! não cores, não cores assim!

Não suspires! por que suspirar?
Quando o vento num lírio soluça,
E desmaia no longo beijar,
E ofegante de amor se debruça...

Quando a vida lhe foge, lhe treme,
Pobre vida do seu coração,
Essa flor que o ouvira, que geme,
Não lhe dera no seio o perdão?

Mas não cores! se queres, afogo
No meu seio o fogoso anelar!
Calarei meus suspiros de fogo
E esse amor que me há de matar!

Morrerei, ó morena, em segredo!
Um perdido na terra sou eu!
Ai! teu sonho não morra tão cedo
Como a vida em meu peito morreu!

-

sexta-feira, 13 de março de 2009

"You've learnt to hate me
But you still call me baby
Oh love, call me by my name."

quinta-feira, 12 de março de 2009

-

O sino bate
Sete vezes
Completando nove
O mundo se move lentamente
Me parece

Fora, uma cão late
No calendário passam os meses
Isso me comove
A forma muda, de repente
O vento sopra, calafrio

Meu Deus, que frio!
Não de fora, mas de mim
O sangue escorre como em rios
Tom vermelho em cetim

Mas eu rio!
Não sei porque, fora de mim
Tantas noites, quase mil
O que será, enfim?

Espelhos quebram
Ao refletir
Na janela aberta
Por onde há de sair
Não movo um músculo
Só posso assistir

Há pelo em toda parte
Eu só corro, só corro
O vento me bate
Eles pedem socorro

Onde acaba
Tudo
Enfim

-

por Orpheo

terça-feira, 10 de março de 2009

-

Humanamente perfeito
Com sangue no rosto
E na boca o gosto
Do seu pior defeito
Sua mão no pescoço
E o frio em seu peito.

-

por Orpheo
Pálida Imagem (Álvares de Azevedo)

No delírio da ardente mocidade
Por tua imagem pálida vivi!
A flor do coração no amor dos anjos
Orvalhei-a por ti!

O expirar de teu canto lamentoso
Sobre teus lábios que o palor cobria,
Minhas noites de lágrimas ardentes
E de sonhos enchia!

Foi por ti que eu pensei que a vida inteira
Não valia uma lágrima... sequer,
Senão num beijo trêmulo de noite...
Num olhar de mulher!

Mesmo nas horas de um amor insano,
Quando em meus braços outro seio ardia,
A tua imagem pálida passando
A minh'alma perdia.

Sempre e sempre teu rosto! douradas tranças,
Tua alma nos teus olhos se expandindo!
E o colo de cetim que pulsa e geme
E teus lábios sorrindo!

Nas longas horas do sonhar da noite
No teu peito eu sonhava que dormia;
Pousa em meu coração a mão de neve...
Treme... como tremia.

Como palpita agora se afogando
Na morna languidez do teu olhar...
Assim viveu e morrerá sonhando
Em teus seios amar!

Se a vida é lírio que a paixão desflora,
Meu lírio virginal eu conservei...
Somente no passado tive sonhos
E outrora nunca amei!

Foi por ti que na ardente mocidade
Por uma imagem pálida vivi!
E a flor do coração no amor dos anjos
Orvalhei... só por ti!

-

sábado, 7 de março de 2009

Três coisas

Eram três coisas: Bolos (fora todas as comidas estranhas), sushi (fora o meu cheddar roubado), e morangos (fora tudo o que eu neguei). Cada um com suas histórias.

Houve o começo, onde tudo era mágico, e eu era diferente, quase outra pessoa. Eu ficava sentado no enorme e antigo sofá no canto da sala de TV, que era estranha (como tudo mais), mas era confortável e feliz. Assistíamos nossas coisas estranhas, ela saía para a cozinha (também muito estranha por sinal).

Se ouvia algo do tipo "Mãe, onde tá a luva?!". Eu nem prestava mais atenção à TV, ficava apenas ouvindo o som meio atrapalhado que ela fazia enquanto mexia nas panelas, eu a esperava sozinho na sala (nunca conseguimos uma desculpa, né? - aliás, nunca conseguimos nada além de uma desculpa).

Nunca fui de falar muito, e ela chegava sorridente e com os olhos brilhando (ah, aquele sorriso e aqueles olhos...), segurando nas mãos um prato com um bolo recém-feito. Havia uma mesa de madeira com bancos de madeira, onde ela partia o bolo. Nem estava tão bom, mas eu sempre elogiava. Ela se levantava e ia à procura de mais coisas estranhas para me mostrar. Eu via todas elas. Nunca vou esquecer dos bolos, os cachorros-quentes, o seu riso e o seu rosto enquanto sorria ou mesmo séria, enquanto eu mexia na sua guitarra desafinada.

Houve o tempo social, no qual descobri muita coisa falsa. Era outro ambiente, outras pessoas. Nunca largávamos a sinuca, não porque gostássemos, mas dava um certo enfeite à imagem de um garoto, jogar sinuca à fumaça de um cigarro (que era, na verdade, mais que um cigarro).

Esse foi o tempo de garotas belíssimas em nossos (nesse tempo haviam amigos) colos, onde estivéssemos haviam sempre duas vezes mais garotas. Eu só me interessava por uma - a errada (que depois encontrei numa cena quase pornográfica com um dos meus melhores amigos, que depois descobri não existirem). Mas ainda não era ela. Só depois da triste desilusão percebí que quem eu procurava sempre havia estado comigo, e ria das minhas piadas.

A casa dela era sempre familiar, e toda vez que ela falava eu tinha vontade de abraçá-la. Passamos vários dias inteiros trancados em seu quarto, e de vez em quando ela surtava por sushi. Era tudo tão simples e fácil. Eu não fazia idéia de quanta falta sentiria das suas crises, e de quando ela agarrava meu braço e cochilava em meu ombro.

E em seguida (mas não tão próximo) veio o tempo das sextas-feiras cansadas, em que chegava em casa com preguiça de tirar a barba (embora já estivesse ridícula) e ficava ouvindo Beatles, escrevendo poemas sem parar. Também foi nesse tempo que o resto da minha vida se complicou, e eu sabia que iria, mas isto não vem ao caso agora.

Esse foi um tempo do qual não tenho muito o que falar, embora tenha sido marcante e determinante. Ela achava minhas palavras bonitas, e eu amava vê-la feliz. Sempre gostei do sorriso dela, e descobri que, de uma forma diferente, éramos exatamente iguais. Houve amor, música, pena, decisóes( talvez passividade) e campos de morangos. Para sempre (ela não riu da piada. Da piada disso, da piada de tudo).

-

por Orpheo

terça-feira, 3 de março de 2009

Adeus, Meus Sonhos! (Álvares de Azevedo)

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!

-
Marcas como fendas em meu peito
Mesmo aqui, eu não fui feito
Pra ficar e não lutar

Gotas caem tristes no silêncio
Um segundo é muito extenso
E eu me perco em meu pesar

Portas e janelas que se abrem
Assim como os outros fazem
Pra deixar a luz entrar

Corro sozinho nessas ruas molhadas
As mesmas nas quais em outras datas
Ela andava pra me ver

Secretamente toco as nuvens frias
Lembro quando me dizias
Que iria aprender a voar

Entre todos os meus apegos
Era você o de maior peso
O brilho no seu olhar

Enquanto corro
E falo
Vejo seu rosto
E grito
Estou tão longe
De mim
Estou mais perto
Do fim

-

por Orpheo